Esses dias eu tive uma discussão nos comentários de um canal católico. A discussão, como vocês podem ver, foi muito babaca e cheia de clichês idiotas sempre usados nessas briguinha inúteis entre católicos e evangélicos. Ocorre que um teólogo de voz fina chamado Lucas Banzoli fez um texto com informações que católicos não gostaram. Então um canal católico resolveu publicar uma resposta. Até ai tudo bem. Eu não estou nem ai pra quem tem a razão. Pra mim os dois lados podem até estar errados.
A única coisa que me incomodou foi que os ataques ao Lucas Banzoli, ao invés de se focarem nos seus argumentos, também fizeram menção ao fato dele ter uma voz finíssima, algo com o qual ele nasceu e cuja existência fugiu totalmente do seu arbítrio. Pra mim, criticar alguém por uma característica física é algo tão sujo quanto caçoar da cor de um negro ou da condição de um cadeirante.
Confesso que felizmente não estou inserido nesses tipos de ambientes religiosos, pois se estivesse, seria difícil não entrar em depressão. Parece que quanto mais se compra esse tipo de ideia religiosa, mais você acredita que você está certo e o outro está errado. A pessoa, que julga crer num Deus amoroso, passa a ver quem pensa diferente dela como inimigo, o que na prática, faz com que eu veja ambos os lados dessa discussão como nada mais do que duas tribos que querem canibalizar uma a outra, pra provarem que estão certas.
Pros católicos, todos os protestantes deveriam se converter. Não importa o quanto a pessoa ame a Cristo ou seja boa, se não está vinculada ou teve a sorte de ser parte da “única igreja de Cristo”, então a pessoa vai arder no inferno pela eternidade. Que Deus amoroso não? Ele te condena ao inferno só porque você “escolheu” a igreja errada. Pra mim esse Deus não se diferencia nada do Diabo. De igual modo, os evangélicos, os quais os católicos carinhosamente chamam de protestantes – apesar de não vê-los protestar acerda de nada -, tem o mesmo comportamento sectário em relação aos católicos, os quais julgam ser todos idólatras, e portanto, destinados ao inferno.
Nesse submundo dos sites apologistas evangélicos ou católicos, a religião mais parece um clube de futebol. Ambos os lados vivem se degladiando e se achando no direito de – pelo fato de acharem que creem na verdade e outro na mentira – de humilhar ou tratar mal outro ser humano apenas por pensar diferente. Esses sujeitos não estão nem ai para aquilo que os une – que seria Cristo -, eles focam sempre naquilo que os separa. Daí vemos gente tratar outro cristão como pária apenas porque ele tem um bíblia com mais ou menos livros, porque crê ou não no livre arbítrio ou porque a pessoa guarda ou não guarda o sábado. Essa questiúnculas parecem tão pequenas, mas no coração mesquinho dessa gente são coisas IMPORTANTES, capazes de definir se a pessoa será ou não salva.
Olhando para o espírito nada cristão desses apologistas cristãos, eu não só não me admiro mas até agradeço a Deus que existam ateus que não sejam influenciados por essa mesquinharia toda – se bem que com o surgimento do neoateísmo, essa postura de “evangelizar” e impor sua visão aos outros tem crescido também até entre os ateus.
Abaixo a minha discussão. Evidentemente eu estava de brincadeira o tempo todo e os católicos nem devem ter percebido. Apenas repeti clichês protestantes pra ver qual seriam os clichês católicos que me seriam respondidos. Não, eu não humilhei ninguém. O único humilhado nessas discussões babacas entre religiosos é o nome de Cristo.